segunda-feira, 9 de maio de 2011

Diferentes Contextos das Violências



Caros colegas professores!
Iniciamos a nossa Jornada de Formação modalidade EAD com a reflexão acerca dos Diferentes Contextos das Violências. Leia, reflita, registre suas ideias. Juntos podemos fazer uma escola melhor.



DIFERENTES CONTEXTOS DAS VIOLÊNCIAS

Ao descrevermos as diversas formas de violências, precisamos refletir em quais contextos elas estão inseridas. Que elementos as constituem e de que maneira determinam e são determina dos por elas?
Para isso, é preciso pensar no significado da palavra “contexto”, no que constitui o berço das nossas ações e na teia que retroalimenta nossas experiências.
No dicionário Aurélio (2004), a palavra “contexto” diz respeito “a um conjunto do texto que precede ou sucede uma frase, um grupo de palavras, uma palavra”, podendo também expressar “um conjunto de circunstâncias que acompanham um acontecimento: julgar um fato em seu contexto histórico”.
No entanto, para pensarmos nos contextos, é preciso entendê-los como um cenário específico, como tempo, local e pessoas presentes, que dá significado a um evento; como moldura que envolve um determinado evento, onde essa moldura normalmente determinará a maneira de se interpretar uma determinada experiência ou evento.
Você já pensou em que contexto você vive? Em qual contexto está inserida a escola em que você trabalha? Como poderíamos caracterizar o contexto brasileiro ou o contexto mundial na atualidade? Esses questionamentos podem nos ajudar a entender
que cada contexto tem seu próprio cenário e que ele se mescla com todos os demais através de sua história, de sua cultura, do seu povo, de suas leis e normas, de suas crenças, de sua política, entre outros, que vão gestar as relações entre os sujeitos.
Dessa maneira, também se constituem as violências, sejam elas física, sexual, psicológica, institucional, doméstica, familiar, pois são sínteses dos meios que as alimentam.
Prestem atenção na letra da música do grupo Engenheiros do Hawai. Ela trata de uma violência travestida, ou seja, de nossas atitudes cotidianas que desvelam a maneira como expressamos as violências que estão em nós, materializadas por meio das nossas práticas, das condutas e crenças que assumimos nas relações.

Violência Travestida Faz Seu Trottoir

No ar que se respira, nos gestos mais banais
Em regras, mandamentos, julgamentos, tribunais
Na vitória do mais forte, na derrota dos iguais
A violência travestida faz seu trottoir
Na procura doentia de qualquer prazer
Na arquitetura metafísica das catedrais
Nas arquibancadas, nas cadeiras, nas gerais
A violência travestida faz seu trottoir
Na maioria silenciosa, orgulhosa de não ter
Vontade de gritar, nada pra dizer
A violência travestida faz seu trottoir
Nos anúncios de cigarros que avisam que fumar faz mal
A violência travestida faz seu trottoir
Em anúncios luminosos, lâminas de barbear
Armas de brinquedo, medo de brincar
A violência travestida faz seu trottoir
No vídeo, idiotice intergaláctica
Na mídia, na moda, nas farmácias
No quarto de dormir, na sala de jantar
A morte anda tão viva, a vida anda pra trás
É a livre iniciativa, igualdade aos desiguais
Na hora de dormir, na sala de estar
A violência travestida faz seu trottoir
Uma bala perdida encontra alguém perdido
Encontra abrigo num corpo que passa por ali
E estraga tudo, enterra tudo, pá de cal
Enterra todos na vala comum de um discurso liberal
A violência travestida faz seu trottoir
Em anúncios luminosos, lâminas de barbear
Armas de brinquedo, medo de brincar
A violência travestida faz seu trottoir
A violência travestida faz seu trottoir
Em anúncios luminosos, lâminas de barbear
Armas de brinquedo, medo de brincar
A violência travestida faz seu trottoir
Tudo que ele deixou foi uma carta de amor
Para uma apresentadora de programa infantil
Nela, ele dizia que já não era criança
E que a esperança também dança como monstros de um filme japonês
Tudo que ele tinha era uma foto desbotada
Recortada de revista especializada em vida de artista
Tudo que ele queria era encontrá-la um dia
Todo suicida acredita na vida depois da morte
Tudo que ele tinha cabia no bolso da jaqueta
A vida, quando acaba, cabe em qualquer lugar
E a violência travestida faz seu trottoir
Não se renda
Às evidências
Não se prenda
À primeira impressão
Eles dizem com ternura
O que vale é a intenção
E te dão um cheque sem fundos
Do fundo do coração (do fundo do coração)
No ar que se respira
Nessa total falta de ar
A violência travestida
Faz seu trottoir
Em armas de brinquedo, medo de brincar
Em anúncios luminosos, lâminas de barbear
Nos anúncios de cigarros que avisam que fumar faz mal
A violência travestida faz seu trottoir
(Gessinger , 200-).

Essa música ilustra, parcialmente, contextos de violências e acena para a constituição imbricada entre os sujeitos, o momento histórico, o social, o econômico e a cultura, circunstâncias que modelam relações violentas e que imprimem normas de comportamentos cada vez mais violentas. Isso porque, de acordo com Silva (1999, p. 184, grifo nosso),
é possível afirmar que uma vez que as práticas violentas nos
centros urbanos e rurais, incorporam-se a vida cotidiana de
homens e mulheres, conformam mais uma modalidade da
cultura brasileira, inscrevendo-se historicamente no habitus
desses grupos que tenderá a reproduzi-las, sobretudo quando
não houver nenhum tipo de resistência.

Já para Sousa (2006, p. 35), quando traz o conceito de Balandier, as violências podem ser concebidas,
tanto como “figuras de desordens” que compõem o social e
se legitimam como fenômenos emblemáticos na contemporaneidade,
quanto são matizadas por um enredamento difuso,
embrenhado pelas subjetividades que não possibilitam
suscitar explicações redondas em torno delas mesmas. [...]
Nos contextos onde elas ganham efetividade permitem gerar
argumentos que dão conta de uma aproximação explicativa
desses episódios, na forma de um contorno antropológico.

A partir dessa ideia, podemos localizar os contextos nos quais as violências são gestadas, com suas dimensões histórica, social, cultural, institucional, pública, privada, econômica, étnico racial, sexual, geracional, política, nacional, territorial e global.
Elas fazem interconexões e ampliam o olhar sobre a gênese das violências, mas, ao mesmo tempo, não as definem porque as violências jamais estão numa relação linear de causa e efeito. É na complexidade do mundo moderno que as certezas se desvelam frente aos movimentos de vida com expressões de morte.
Isso porque, para Maturana (apud SOUSA, 2006, p. 25),
[...] guardamos como legado dessa disposição histórico social
aspectos requintados da cultura patriarcal em nossa
maneira de viver, os quais valorizam práticas como a guerra,
primam por conservar as relações verticais e hierárquicas,
justificam a sanidade dos artifícios competitivos, reduzem a
convivência a um anfiteatro de lutas diárias, almejam, desesperadamente,
o controle e o progresso a qualquer custo e
assim aprendem a buscar a dominação do outro, o seu semelhante,
especialmente quando se apropriam de uma suposta
verdade, aquela que é sua [...].

Fonte: Módulo 2 : violências, Rede de Proteção e Sistema de Garantia de Direitos / Cristiane Antunes Espindola Zapelini, org. - Florianópolis : NUVIC-CED-UFSC, 2010.



Após a leitura do texto procure responder as seguintes perguntas:

Que imagem fazemos da escola em que atuamos?
Por que escolhemos a profissão de professores (as), com tantas implicações para se fazer práxis?
Gostamos de ensinar, de conviver, de construir conhecimentos com crianças e adolescentes? Quais os mundos que lhes ensinamos?
Como inserimos o outro como referência fundante da aprendizagem, sem precisar moldá-lo à nossa imagem?
Qual é a ética que orienta nossas relações cotidianas?

sexta-feira, 29 de abril de 2011

PLANO PLURIANUAL - 2011/2014

"Sozinho podemos pouco,
juntos podemos muito,
unidos podemos tudo."


Colegas e demais representantes da comunidade escolar!
Nada melhor para iniciarmos nossa interação através do Blog escolavicentefreire.blogspot.com que foi criado com a finalidade de ampliar os nossos espaços de trocas, reflexões, do que pensar a ESCOLA QUE TEMOS e a  ESCOLA QUE BUSCAMOS, tanto em relação ao espaço físico e recursos materiais quanto no que se refere aos recursos humanos.
Escrevam, manifestem-se sobre as dificuldades que enfrentamos e que impedem ou mesmo inviabilizam a diversificação de nossa prática, as potencialidades que dispomos para crescer e sugestões de ações. Salientamos que as colocações  serão reunidas em um documento que identificará os EIXOS DA GESTÃO para os próximos anos: O PLANO PLURIANUAL (2011/2014).
Registre suas ideias, participe! Nesse documento é permitido sonhar.

Registre:
1) Quais são as dificuldades que você percebe?
2) Quais as potencialidades que você percebe em relação a escola?
3) Registre sugestões de ações:

quarta-feira, 30 de março de 2011

Os fóruns se constituem como espaço de diálogo e comunicação. Vamos aproveitar a oportunidade de expressão para analisar e (des) construir os (pré) conceitos que possuímos e nos aproximar cada vez mais, nos tornando cúmplices num objetivo comum: a (re) criação de novos mundos, começando pelo nosso espaço de atuação, bem próximo repleto de complexidades, chamado escola.
Convidamos vocês a participaresm ativamente, fazendo intervenções, problematizando nossa prática, buscando nessa interação um enriquecimento pessoal e coletivo.
Ressaltamos que nesta atividade não há "certo" ou "errado", o desenvolvimento de seu aprendizado é o que importa.